A volta às aulas é tempo de amar: com essa afirmação, o agente da Pastoral, Henrique Kaladan, iniciou a primeira Formação Continuada de 2020 convocando professores e funcionários a uma reflexão, inspirada pela leitura de Eclesiástico 8. Em seguida, a diretora do colégio, Irmã Elena Bini, deu as boas-vindas à sua equipe com um café da manhã coletivo, ressaltando que, neste ano, o foco são as conexões. “Daremos continuidade ao projeto Emóvere integrado à proposta de toda a Rede: nossas conexões movem nossos caminhos”, ressaltou.
Para os educadores, o evento contou com a participação da jornalista, pedagoga e especialista em ludicidade e jogos infantis, Carolina Sanches, que convidou os presentes a uma jornada pela inovação e criatividade na educação. De acordo com a diretora e co-fundadora do Lerconecta, inovar não é, necessariamente, apresentar algo inédito, uma vez que trabalhar com criatividade e autoria em cima de algo que já existe é, sim, inovação. “Vivemos muito deja vu, portanto proponho o ”vu jade”, que seria observar algo familiar com um novo olhar, ter ideias novas acerca de antigos problemas”, pontuou.
Em uma comparação entre as diferentes culturas, Carolina ressaltou, ainda, que os ocidentais, além de muita pressa, alimentam a ideia de que a tradição é o oposto da novidade. Os orientais, por sua vez, entendem a criatividade e a inovação ligados à tradição. Exemplos disso são os mangás – histórias em quadrinhos de origem japonesa – que apresentam elementos tradicionais da cultura do país.
Sobre o contexto atual, a especialista foi taxativa. “O acrônimo VUCA – volatilidade (volatility), incerteza (uncertainty), complexidade (complexity) e ambiguidade (ambiguity) – traduz a sociedade contemporânea. O “homozapiens” é fadado ao fracasso, não podemos fazer duas coisas ao mesmo tempo, podemos alternar, mas não realizar simultaneamente”, indicou.
Diante disso, a convidada salientou que a inovação na educação não está ligada à tecnologia, mas ao professor, que detém a capacidade de questionamento. “Não dá para competir com a tecnologia quando se trata de armazenar respostas, mas questionar é a nossa carta na manga. Não parem de perguntar: por quê? E se? Como?”, concluiu, lembrando que questionar é filosofar e, somado à ação, é inovação.
Já a manhã de formação aos funcionários foi conduzida pela diretora da Pastoral Escolar da Rede Notre Dame, Irmã Araci Maria Ludwig, que falou sobre “Carisma e Missão de Santa Júlia: a espiritualidade da unidade”. Usando quatro eixos que resumem a essência Notre Dame – identidade, consagração, carisma e herança – a religiosa inspirou os participantes a criarem analogias entre esses valores e seu dia a dia no trabalho, ajudando-os a construir significados e motivações que transcendem a sua atividade profissional. “Nossa missão é ser luz às pessoas e, nesta tarefa, Jesus é nosso centro”, explicou Ir. Araci.