Constam, no Mapa Estratégico da Rede de Educação Notre Dame, cinco perspectivas diferenciadas no fazer pedagógico do Ensino Médio: Liderança e empreendedorismo, Carga horária ampliada, Orientação profissional, Intercâmbio cultural e esportivo e Simulados.
A fim de contemplá-las, são desenvolvidos, nas instituições de ensino que integram a Rede, projetos, eventos e atividades diversas. No caso dos intercâmbios, em 2015, duas propostas foram apresentadas aos educandos e seus responsáveis: um no Canadá e outro nos Estados Unidos, ambos realizados durante o recesso escolar.
Ainda que a crise econômica vivenciada no Brasil tenha tido reflexo na quantidade de candidatos a intercâmbios internacionais, em todo país, os esforços dos estudantes e suas respectivas famílias, do Colégio Notre Dame Ipanema e de agentes proporcionaram a experiência para dois estudantes: Matheus Bumachar e Cezar Adnet Bava. Para a efetivação do curso pré-universitário em Nova York, cabe o destaque para o empenho de toda equipe e reitoria do New York Institute of Technology em proporcionar o projeto piloto com um único estudante.
Após o retorno, em entrevista com a Direção e a Coordenação Pedagógica da instituição de ensino, os intercambistas confirmam a importância da oportunidade para ampliar os horizontes e a autonomia, para capacitar para o convívio com outras culturas e pessoas e para compartilhar, compreender e respeitar aquilo que é diferente no outro.
Pela primeira vez, um estudante da Rede de Educação Notre Dame participou de um curso pré-universitário internacional. Comum nos Estados Unidos, os cursos pré-universitários de verão proporcionam aos alunos de Ensino Médio a vivência acadêmica dentro das melhores universidades do país. Através da parceria entre o Colégio Notre Dame Ipanema e o New York Institute of Technology (NYIT), Cezar pôde identificar-se definitivamente com a carreira que pretende seguir. “A sensação de autonomia foi libertadora e, ao mesmo tempo, de muita responsabilidade. O curso é completo, prático e teórico, pude conhecer melhor os processos do trabalho com câmera, de edição, de roteirização, de iluminação e de direção, além de descobrir teorias de cinema que eu desconhecia”, explicou durante a entrevista.
“Outros pontos positivos a considerar são a localização do NYIT, no coração de Nova York, o que possibilitou passeios incríveis após as aulas, e a qualidade e profissionalismo de tudo: desde os dormitórios, passando pelos professores, até o conteúdo do curso e do material utilizado”, concluiu o estudante.
Enquanto Cezar imergia no universo acadêmico-profissional da sétima arte, seu colega, Matheus Bumachar, estudava inglês, participava de oficinas práticas de ciências, de informática, de artes e de esportes, além de visitar nove cidades Canadenses. O programa de estudo intensivo da Língua Inglesa faz parte da parceria mantida pela Rede de Educação Notre Dame com a Columbia International College.
De acordo com o educando, o mais significativo da sua experiência no exterior foi o crescimento pessoal. “Consegui tomar conta de mim, de meus horários, de meus gastos. Estava em outro país, sem pai e mãe tomando conta, era eu e Deus”, explicou. O aprofundamento no idioma e o fato de conhecer pessoas e fazer amigos de outros países, como a Rússia, o México e a Coreia, também foram diferenciais citados pelo estudante que participou do intercâmbio junto com outros quatro estudantes Notre Dame e mais de 200 estudantes estrangeiros. “Foi a realização de um sonho de criança! Sempre quis fazer um intercâmbio!”, concluiu.
Segundo a diretora do Colégio Notre Dame Ipanema, Irmã Loiva Urban, o grau de aproveitamento relatado pelos dois estudantes foi surpreendente. “O nível de percepção da qualidade e o aproveitamento dos intercâmbios foram muito mais evidentes com a participação de estudantes da 3ª Série”, observa. Sob a perspectiva de profissionalização e de ensino superior no exterior, a religiosa ainda afirma que o curso pre-college foi uma grata e qualificada novidade.
Relato dos estudantes:
“Olá, meu nome e Matheus Bumachar (ou simplesmente conhecido como Matt). A viagem começou no dia 2 de julho. Fiquei um pouco nervoso pois, até então, eu não tinha viajado sozinho de avião. A chegada foi super tranquila. Receberam-me bem nos lugares, senti-me muito bem, lógico que houve um certo desconforto no início, pois eu não sou alguém que gosta muito de compartilhar quarto com outras pessoas, mas no final eu acabei me acostumando. Eu enfrentei uns dois probleminhas que foram: o clima (pois assim que cheguei fez em torno de 10º Celsius) e a adaptação com a comida local. A Columbia International College é realmente muito boa e os professores são incríveis. Sabem ensinar muito bem, mas lá não existe esse “carisma” que os professores daqui têm. Por exemplo: se você tem uma dúvida sobre alguma coisa da matéria, você tem que correr atrás e perguntar ao professor, pois quando ele acaba de explicar ele não pergunta quem tem dúvida ou não (como os professores do Brasil fazem). Eles não usam livros, usam muito os cadernos (eu saí com a mão doendo de tanto escrever) e usam um material didático próprio, que é realmente muito bom. As aulas não são chatas, se eu pudesse avaliar as aulas eu daria nota 11! Além dos professores, o espaço de é realmente muito bom. As pessoas que trabalham na Columbia são tão amigáveis que acabei fazendo amizade com quase todos os staffs de lá (staff seriam os líderes – os alunos canadenses que trabalham como voluntários).
Creio que esse intercâmbio tenha sido a melhor experiência de todas as que já tive. Se pudesse, eu clicaria para poder dar um reset e começar a viagem novamente, pois foi algo extremamente incrível.
Gostei muito de conhecer as cidades às quais nos levaram (Hamilton, Toronto, King city, Niagra Falls, Quebec, Montreal, Ottawa e Kingstom). “Me amarrei” em Ottawa, principalmente pelas suas construções e museus. Montreal e Quebec City têm caráter Europeu. Sobre o Niagra só digo que aquilo é coisa de Deus! É muito lindo (principalmente à noite)! Fiquei um pouco “assustado” com os preços das coisas, pois eu fui com o pensamento de que as coisas seriam baratas como são nos Estados Unidos. A comida do Canadá é simplesmente uma das melhores comidas que já provei em toda a minha vida. Comi o famoso “Poutie” (feito de batata, queijo canadense, bacon, coalhada e molho madeira) e “Beaver Tail“(recheado feito com a massa do pastel, mas em formato de rabo de castor).
Quanto às expectativas, eu posso dizer que eu esperava que fosse algo bom e divertido, mas não tão bom, tão incrível e tão divertido com o foi. Parabenizo a todos que organizaram a viagem, tanto a Strive como a Columbia, e ao Colégio Notre Dame por estar nos oferecendo uma experiência como esta. Eu fui para essa viagem com o objetivo de me aprofundar no idioma inglês, pois o curso que quero na faculdade – Relações Internacionais – exige um certo conhecimento numa determinada língua estrangeira e também porque eu queria conhecer um outro lugar das Américas. Meu grande sonho é poder conhecer o continente americano de norte a sul, além do mais, eu também queria poder conhecer o país em que futuramente irei morar.” Matheus Bumachar
“Primeiramente, basta dizer que a expectativa foi superada. Hoje, 17 de julho, saio do curso satisfeito com os conhecimentos técnicos adquiridos. Todos os sucessivos obstáculos e suas posteriores resoluções se tornaram essenciais para a “solidificação” do processo de aprendizagem. Os professores, responsáveis pela direção do curso, ensinam de maneira bastante didática e dinâmica. Donna e Tom foram capazes de responder a todas as minhas perguntas e de ajudar-me em qualquer tipo de situação em que me envolvia. Devo ressaltar, entretanto, que “correr atrás” se torna bastante importante quando estamos inseridos nesse tipo de atividade, afinal trata-se de um pre-college, de uma experiência à altura da faculdade e que requer, obviamente, uma medida acentuada de esforço e de dedicação. De antemão, é preciso saber que o curso foca nos princípios básicos e iniciais do processo de produção cinematográfica, oferecendo “estudos” introdutórios dos softwares de edição e de criação de efeitos visuais. Ressalto, novamente, que quem já tem facilidade com programas da mesma linha não está em desvantagem. Mas, certamente, ainda não aprendeu tudo. Como disse antes, se você quiser aprofundar os seus conhecimentos, basta correr atrás dos professores que eles estarão por perto para te auxiliar. A primeira semana do curso foca nas etapas anteriores aos processos de produção. Aprendemos a mexer nas câmeras, montar os tripés, enrolar propriamente os fios e cabos dentro do estúdio e muito mais. Tom e Donna apresentaram diversas técnicas de filmagem e enquadramento que eu, até agora, desconhecia. Aprendemos a como introduzir nossos heróis e vilões em uma cena, iluminar devidamente o chroma key e posicionar as câmeras. Antes do término da semana, tivemos que montar um roteiro da nossa história para filmarmos nos dias subsequentes. A segunda semana, por sua vez, foi muito cansativa. Na segunda-feira, filmamos o dia todo. Todas as cenas do nosso roteiro deveriam ficar prontas no mesmo dia. Foi uma tremenda e valiosa correria que me fez querer, ainda mais, cursar cinema na faculdade. Antes de sexta, fomos encaminhados para o setor de edição e efeitos visuais, onde tivemos que editar nossas cenas para que, no final, pudéssemos compilar as filmagens em um só projeto. Hoje, sexta-feira, todos nós, alunos, tivemos a chance de assistir ao “final piece” – a conclusão do árduo trabalho realizado durante as semanas. O resultado, enfim, não foi o que esperávamos, mas, como Donna mesmo disse, realizar esse tipo de trabalho em apenas duas semanas é um grande milagre.
No final, ao voltar para casa, tenho tempo para perceber o quão enriquecedora foi essa experiência. Conviver com outros que possuem interesses parecidos foi, também, uma chance de desenvolvimento pessoal. Resumindo: nada pode ser mais interessante do que investir no seu futuro, sem medo de ser feliz.” Cezar Adnet Bava
Acesse a galeria de fotos e confira momentos de ambos os intercâmbios: