“A dúvida, a busca, o interesse, a pergunta nos fortalecem mais do que as respostas!”, máximas como esta conduziram educadores, estudantes e os seus responsáveis por reflexões sobre a importância do “não saber”, durante palestra ministrada por Nilton Bonder, na terça-feira (07), à comunidade educativa do Colégio Notre Dame Ipanema.
Como parte do Programa de Formação de Pais e Responsáveis, o evento, intitulado “Quero ser avaliado por aquilo que não sei”, abordou a frequente preocupação com o rendimento escolar, expresso em números ou conceitos. Por isso, os educandos matriculados no Ensino Médio – fase em que cada décimo de nota pesa e é importante de ser conquistado – foram convidados a prestigiar o autor de ‘‘A Alma Imoral’’, ‘‘Ter ou não ter, eis a questão’’ e ‘‘Fronteiras da inteligência’’, entre outros.
Motivados por Bonder, que também é consultor do Comitê de Educação no Futuro da Organização das Nações Unidas (ONU), puderam analisar sobre outra outra perspectiva este momento difícil da vida. “Aprender é mapear o que não sei e, dentro deste raciocínio, assumir o ‘não sei’ dá medo”, explicou, convocando os estudantes a uma reflexão. “Quando temos que estudar, começamos sempre pelo que já sabemos”, afirmou. Com a concordância dos estudantes, o palestrante, então, explicou que isso se dá pelo fato de que adoramos acertar.
Nilton também discorreu sobre a importância do incentivo e da motivação. Afinal, quando crianças, somos extremamente curiosos e fazemos muitas perguntas. Depois, a maioria de nós perde esse hábito. Ser curioso e perguntar é, de acordo com o escritor, o trampolim para as novas descobertas. “Percebam, no bebê perguntador, que ele não se atém muito à resposta. Logo surge uma nova pergunta. Esse é o segredo: perguntar é mais importante pois é o que me move”, revelou.
Boas perguntas, defendeu, fazem um bem enorme à aprendizagem. Por isso, o incentivo deste comportamento está diretamente atrelado à autoestima do indivíduo, à boa autoestima, explicou, diferenciando o que chama de boa e de má autoestima. “Assim como existem o bom e o mau colesterol, existem a boa e a má autoestima. Na má, você pensa ‘eu acertei, eu sou bom’, na boa, você pensa ‘eu acertei, o que eu fiz é muito bom'”, exemplificou, deixando claro que se o que produzimos é melhor ou pior, depende de nós, de nosso esforço, da sorte e de tantos outros fatores.
Ter dúvidas, curiosidades e questionamentos, concluiu Bonder, é um catalisador da aprendizagem e da boa autoestima, pois ao reconhecer que o ato de perguntar é da sua natureza e irrestrito à primeira fase da vida, o sujeito percebe que a dúvida o faz descobrir o mundo. “Continuar perguntando é continuar vivo”, sintetizou.
Após a palestra, Nilton respondeu aos questionamentos da plateia e autografou exemplares dos livros de sua autoria.