Um dia para entrar na história: assim foi o 08 de abril de 1816. Porém, também foi assim a última sexta-feira, quando o Colégio Notre Dame Ipanema “ao ver o sol, vestiu-se de cor” para recordar a vida e a obra daquela que há dois séculos encerrava sua vida terrena, Santa Júlia Billiart.
O verso citado na sentença anterior foi um dos ouvidos pela comunidade educativa da instituição de ensino, juntamente com os demais que compõem a canção “O Girassol”, no início de cada turno letivo, ao longo da semana em que se preparavam para celebrar, seguindo a tradição da Igreja Católica, a morte da mãe espiritual da Congregação de Nossa Senhora. Além de dar nome à composição entoada nos portões de acesso ao Colégio, a flor-símbolo da fé da francesa Júlia em um Deus que é bom e misericordioso – o qual deveria ser seguido pelos fiéis, assim como o girassol se volta para o sol – ornamentou a instituição de ensino que promoveu celebrações, apresentações teatrais e lanches compartilhados para trazer à memória, os 200 anos de morte da Santa da Bondade.
O lanche coletivo, atividade na qual os estudantes convidaram funcionários e educadores para acompanhá-los no intervalo, possibilitou maior integração entre os membros da comunidade educativa, em um momento diferenciado dos vivenciados por eles habitualmente, no contexto escolar.
Enquanto isso, a divulgação de um documento inédito no Brasil, o obituário publicado no jornal da cidade onde ocorreu o falecimento de Júlia Billiart – Namur, na Bélgica – possibilitou aos internautas o acesso ao relato traduzido dos últimos momentos de vida da fundadora e superiora geral das Irmãs de Notre Dame. Clique aqui para acessar o documento.
Como forte tradição do Colégio Notre Dame Ipanema, o teatro foi o instrumento usado para contar a história da Santa aos estudantes. A Companhia Teatral Notre Dame, sob direção de Henrique Kaladan, apresentou aos matriculados em todos os segmentos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio o espetáculo “Júlia Billiart, Como uma Chama”.
Além da encenação prestigiada pelos educandos, uma apresentação gratuita e aberta ao público foi assistida por centenas de espectadores, na noite de sexta-feira, no auditório da instituição de ensino. Em meio à plateia, estavam a primeira aluna matriculada no Colégio, Maria Helena Pereira, o docente que propôs que o Dia do Educador Notre Dame fosse celebrado na data de nascimento de Santa Júlia, Manuel Antônio de Castro, e o assessor do setor educacional da arquidiocese do Rio da Janeiro e representante do Cardeal Dom Orani Tempesta, Sérgio Maia.
Aos estudantes da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I, a representação teatral foi protagonizada por educadores, educandos, funcionários e religiosas da instituição, convidados por iniciativa da colaboradora Marli Silva. Encenada pelos voluntários, a vida de Júlia transformou-se em um musical.
Após as apresentações, também assistidas por Maria Helena, parte do elenco visitou as salas de aula, enquanto, Irmã Lourdes Dalbosco, recordava a importância da data e repetia o grande ensinamento de Júlia: “Oh! Quanto é bom o Bom Deus!”.
Em momento de espiritualidade realizado na capela do Colégio, as crianças de ambos os níveis de ensino entoaram músicas e rezaram a oração à Santa Júlia, reforçando sua a fé naquela que proclama a bondade de Deus.
Desse modo, a história foi resgatada para que, por meio da tradição, os laços do presente sejam fortalecidos, com olhos para o futuro. Afinal, os eventos celebrativos realizados para recordar os dois séculos da morte de Júlia envolveram toda comunidade educativa e transcenderam os limites da instituição de ensino, chegando às residências, seja como relatos, ou como sentimento de pertença a uma história de bondade e fé.