Os livros têm alma – literal e metaforicamente falando. No sentido denotativo, a expressão se refere ao local onde se encontram reunidos os cadernos, também conhecido como lombada. Subjetivamente, está nas dúvidas, nas certezas, nas inquietações, nas palavras e nos silêncios dos escritores e dos leitores.
Essa foi apenas uma das peculiaridades do universo literário que os estudantes do 7° Ano do Ensino Fundamental aprenderam, em um encontro com escritores que integram o grupo de criação literária do Instituto Estação das Letras.
Organizado pela finalista do Prêmio Jabuti, Ninfa Parreiras, ele possibilita que os autores se encontrem, semanalmente, para estudar Literatura e ler, além, é claro, de escrever. Entre eles, estão Tânia Barroso, Pepita Sampaio, Miriam Ribeiro, Tatiana Kauss e o ilustrador Agostinho Ornellas, que estiveram no do Colégio Notre Dame Ipanema.
Durante a visita, os convidados versaram sobre as suas publicações, em especial “Nuvem” – um livro de contos 100% artesanal que, lido pelos educandos, tem, entre os seus autores, a coordenadora Pedagógica do Ensino Fundamental II e integrante do grupo, Cristiane Granville.
Após o bate-papo, os estudantes partiram para o Espaço Maker da instituição de ensino, onde, assessorados pela escritora e encadernadora Tatiana Kauss, confeccionaram seus próprios livros artesanais, reunindo textos de sua autoria que já integram o e-book do projeto “A Adolescência e seu Universo Particular” – idealizado pela docente de Língua Portuguesa, Marina Mourah, ele uniu leitura, escrita, cinema, workshop no iiLer-PUC, encontro com escritores e a produção do livro digital, que foi lançado durante a Mostra Científica Vivencial da etapa de ensino.
Segundo a coordenadora, foi um momento muito rico de construção de conhecimentos e de contraponto entre o digital e o artesanal. “Os estudantes ficaram encantados e curiosos pelo ofício do escritor, pelo fazer literário e pelo processo de concepção de um livro”, afirma Cristiane. “A experiência de alinhavar as páginas foi marcante, já que muitos deles nunca haviam pegado em uma agulha”, conclui.