Em julho, mitologia, ficção e muita imaginação roubaram a cena, durante aula de Filosofia assistida pela 1ª Série do Ensino Médio do Colégio Notre Dame Ipanema. Isso porque, nela, foi realizada uma atividade interdisciplinar – envolvendo Artes e Filosofia, com o intuito de auxiliar os estudantes a reconhecer elementos míticos na cultura contemporânea e a compreender o que são arquétipos e como eles influenciam o comportamento individual e coletivo, seja no âmbito cultural, social ou político.
Durante a execução da tarefa, os adolescentes deveriam representar artisticamente personagens esdrúxulos. Antes disso, contudo, eles precisavam identificar os arquétipos da mitologia grega recorrentes na cultura ocidental contemporânea, em suas diversas expressões: cinema, séries de TV, filmes de animação, quadrinhos, videogames ou literatura. Além disso, foram orientados a pesquisar outras mitologias antigas – em geral, não contempladas no currículo tradicional – como a africana, a asteca, a celta, a indiana, a japonesa e a nórdica. Desse modo, enriqueceu-se o simbolismo das representações de personagens que, posteriormente, foram expostas à comunidade escolar.
Para o docente de Filosofia, Fabio Lindoso, a importância do trabalho consiste, justamente, no fato de que, por propiciar um contato com a linguagem mítica, ele permitiu que os adolescentes refletissem sobre como os arquétipos dos heróis e dos vilões representam os anseios primordiais inconscientes, uma vez que o mito é parte inerente do jeito humano de ser. “Também possibilitou que os educandos compreendessem que, por vivermos numa cultura visual e do consumo, os meios de comunicação exploram esses anseios, alimentando-os, por meio das imagens televisivas e cinematográficas”, conclui.
Já, no aspecto plástico, supervisionado pela educadora de Artes, Débora de Castro, a atividade interdisciplinar desafiou os estudantes a combinar arte, sensibilidade e imaginação com a melhor exploração de materiais, com as cores, com a forma e com o espaço – noções imprescindíveis para o aprimoramento do seu senso estético.
É por meio da experiência da interdisciplinaridade, afirma o coordenador pedagógico do Ensino Médio, Luiz Eugênio Varajão Fernandes, que os educandos compreendem que os saberes cotidianos, muitas vezes, estão integrados, ao mesmo tempo em que se preparam para o processo seletivo de ingresso ao Ensino Superior.